Mirando 2022 e com a pior situação óbitos e casos da Região Metropolitana, prefeito Álvaro Dias falta a reunião de trabalho sobre a pandemia com prefeitos da RM, governo do RN e MPs
Hoje (19) foi dia de reunião entre governo do RN, prefeitos da região metropolitana, ministério público do RN, ministério público federal e o do trabalho. Tema: avanço da pandemia de covid-19.
O prefeito de Natal, que comanda a cidade com o pior índice de morte e casos da região metropolitana, achou por bem faltar. Tem sido assim. Natal tem 1590 óbitos por milhão.
Certamente, Álvaro Dias não tinha nada mais importante para fazer do que conversar com seus pares e consensuar ações conjuntas. Mas preferiu agir isoladamente.
Sua inclinação é eleitoral. Ele busca manter distância de Fátima Bezerra, de quem irá rivalizar em 2022, de forma direta como candidato, ou com algum postulante pra chamar de seu.
Tanto é que, sabendo da reunião, se juntou com o seu comitê as pressas um dia antes, no fim da noite, para demarcar uma suposta diferença.
E o que a prefeitura do Natal fará de distinto? Nada. Manterá o que deu errado na primeira onda, apesar dos dados falsos propagados pela claque. Reforçará o tratamento precoce em atendimento ampliado nas unidades de saúde e a quimioprofilaxia, em bom português, ivermectina como falsa proteção contra Covid-19.
Sim, em pleno 2021, depois do que já disseram agências de saúde do mundo, cientistas e fabricantes, Natal irá de cura por cloroquina e proteção por ivermerctina.
Um parêntese. Os médicos ligados ao prefeito ainda defendem cloroquina e a ivermectina. Apostaram as carreiras nisso e não vão admitir que o consenso nacional e internacional os deixaram sem chão, que eles mantiveram uma cidade inteira alicercada numa pseudociência diante de uma pandemia. Vão continuar mantendo a retórica. Daí restou o uso de estudos fake como manutenção da lorota mortal. Sempre que você ouvir uma estatística de eficácia saída da boca deles, experimente pesquisar sobre o tema nas agências de checagem.
Voltando. E as medidas gerais, aquelas que podem diminuir de fato a taxa de contágio? Ficará para terceiros. Além de por a política na frente da pandemia, deixará a fiscalização de fato para o governo do RN e para os ministérios públicos. Dar remédio – ainda que sem efeito – cria a ilusão de assistência – pasta que é ocupado pelo seu filho e pré-candidato a deputado estadual Adjuto Dias, apesar de nada resolver. Diminuir de alguma forma a mobilidade e fazer com que medidas sanitárias sejam levadas em conta geram resultados – os únicos até agora comprovados -, mas traz rejeição de comerciantes e de outros setores.
Na prática, Dias mira 2022 e a pandemia é trampolim para isto. Não o contrário.
Via: O Potiguar
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