Sindicatos que operam no porto alertam para perigos de paralisação

Um grupo formado pelos quatro sindicatos que atuam no Porto de Natal – dos Conferentes e Consertadores; dos Estivadores e dos Arrumadores de Natal – protocolou nesta quarta-feira, 27, uma carta aberta à governadora Fátima Bezerra; ao prefeito de Natal, Álvaro Dias e a todos os deputados estaduais e federais do estado pedindo mais atenção para os perigos que o RN corre se a exportação de frutas for transferida para o Ceará.

Usando palavras como “aflição”, os signatários do documento lembram que a inquietação das categorias profissionais “decorre da ameaça da CMA-CGM de interromper a exportação de frutas por seis semanas consecutivas, depois das operações da Polícia e da Receita Federal que flagrou cocaína embarcada em contêineres com destino a Europa.

A carta cita a falta de estrutura e procedimentos de segurança no terminal que “dificultam a detecção do tráfego internacional de entorpecentes em meio às cargas”. E comenta que “esta interrupção na escala dos navios está causando irreversível prejuízo aos que fazem o Porto de Natal e caso não haja o engajamento das autoridades constituídas na célere tomada de decisões emergenciais para minorar as debilidades do nosso Porto”.

|O medo dos sindicatos é de perda das exportações para o Ceará “de forma definitiva” e, por conseguinte, de “toda a movimentação logística e de mão de obra que ela representa, com reflexos significativos na competitividade, economia, desenvolvimento, recolhimento de impostos municipais e estaduais e empregabilidade no nosso Estado”.

No documento, os sindicatos se queixam da receptividade das autoridades ao afirmar: “durante anos a comunidade portuária tem tentado sensibilizar nossos governantes estaduais e municipais com relação a importância do Porto no desenvolvimento do Estado e dos Municípios ao seu redor através do CAP (Conselho de Autoridades Portuárias) onde representantes dos Governos Estadual e Municipal têm cadeira no Conselho mas, não poucas vezes, deixam de comparecer às reuniões mensais, permanecendo alheios às necessidades do nosso Porto, como também às potencialidades a serem exploradas”.

Lembram que, além dos empregos dos funcionários da Companhia Docas, Receita Federal Polícia Federal e Ministério da Agricultura, a atividade desta única linha de navegação que opera semanalmente no Porto de Natal injeta em nossa economia os salários de empregos diretos de 10 funcionários no OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra), 350 Trabalhadores Portuários, seis funcionários na Praticagem, 28 funcionarios da empresa de refrigeração de containers, 10 funcionários da empresa de reparo de containers, 16 funcionários da empresa operadora portuária, 14 funcionários da empresa de transporte interno, 15 funcionários de empresas de despachos aduaneiros além de dezenas de motoristas de carretas entre outros.

Ainda segundo o documento, a exportação de frutas pelo Porto de Natal irriga indiretamente toda a cadeia econômica do Estado, onde consumo de óleo diesel supera a cifra de R$ 4 milhões de reais por mês para o transporte de containers e na movimentação das máquinas portuárias.

“A venda de fretes das transportadoras, caminhões em lojas de veículo, pneus, peças e mão de obra para manutenção de caminhões e máquinas aquece o comercio, gera empregos e arrecadação de impostos municipais (ISS) e Estaduais (ICMS) em efeito cascata de forma a amenizar um pouco da crise fiscal pela qual passa nosso Estado”, afirma.

Fonte: Agora RN 


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